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quarta-feira, 30 de abril de 2014

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O perigo do desaparecimento das abelhas no mundo

Há um bom tempo, cientistas vêm investigando o caso de desaparecimento de abelhas em diversos pontos do mundo. O ciclo evolutivo de milhões de anos desses insetos está sendo afetado por um fenômeno conhecido internacionalmente como Colony Collapse Disorder (CCD), a Síndrome do Colapso da Colônia. A síndrome culmina o enfraquecimento ou a extinção de toda uma colônia.
Foto: Simon Plestenjak
O fenômeno começou a ser observado com mais frequência nos anos 1990, quando as abelhas operárias, ao realizarem o forrageamento (atividade de visita às flores para colheita de néctar e pólen), deixam seus ninhos e, devido a problemas de memória e desorientação no campo, não mais retornam as suas colmeias, desaparecendo na natureza.
O problema com o desaparecimento das abelhas coloca em colapso todo um sistema, principalmente o de apicultura, uma das principais atividades agrícolas do mundo. A importância da atividade está relacionada não só a produção de subprodutos como mel, cera e geleia, mas principalmente por sua importante e silenciosa atividade de polinização.
Pesquisas apontam que, atualmente, pelo menos 70% das plantações são potencializadas pela presença de abelhas. Muitas delas, como a de morango, abacate, maçã, entre outras, têm o incremento da sua produtividade diretamente relacionado à presença de abelhas em sua florada.
As causas do desaparecimento repentino de abelhas causa divergência entre cientistas, mas algumas das possibilidades podem ser as formas de manejo de plantações, mudanças climáticas bruscas, déficit nutricional, defensivos agrícolas, doenças, pragas, fungos, ácaros, vírus e outros.

MICROSSENSORES ANALISAM SUMIÇO DAS ABELHAS

O brasileiro Paulo de Souza, que vive na Austrália, desenvolveu uma pesquisa que pode ajudar a responder a questão do desaparecimento das abelhas. Pesquisador líder da área de microssensores da Organização de Pesquisa Industrial e Científica da Austrália, ele desenvolveu um sensor, com tamanho de 2,5 por 2,5 milímetros e peso de 5 miligramas, que é colocado nas costas dos insetos. Ele funciona como um “crachá de identificação”, pois transmite dados e registra o que acontece com o inseto. Os testes são feitos na Tasmânia com quatro colmeias diferentes, com o objetivo de  acompanhar passo a passo os movimentos de 5 mil abelhas, examinando a polinização feita por elas e sua produção de mel.
Foto: Divulgação/Csiro- Austrália
Uma matéria do G1 revelou que as colmeias estão a um quilômetro de distância das outras e recebem constantemente pequenas doses de agrotóxicos neonicotinoides (que tem origem na molécula de nicotina) no alimento. Esses defensivos agrícolas já foram banidos em alguns países por suspeita de intoxicar as abelhas, o que seria uma possível causa do Distúrbio do Colapso das Colônias. O início da pesquisa apontou que, quando expostos à esse material, os insetos não retornam às colmeias e morrem após o corpo sofrer uma espécie de “curto-circuito”. Além disso, os resultados também mostraram que as abelhas com sensores que tiveram contato com os defensivos demoravam mais para voltar à colmeia – ou nem voltavam.
Fonte: http://topbiologia.com/desaparecimento-das-abelhas-no-mundo/

terça-feira, 22 de abril de 2014

PIBID BIOLOGIA DA UTFPR-DV DE CARA NOVA!



No mês de fevereiro de 2014 o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID) do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)  Câmpus Dois Vizinhos contemplou 24 novos pibidianos, 2 novos professores supervisores e 2 coordenadores. Além disso, o programa conta a com a participação de vários professores do curso de Ciências Biológicas atuando como colaboradores no desenvolvimento de projetos. O programa estava em desenvolvimento há dois anos, com atuação em apenas dois colégios Estaduais de rede pública de Dois Vizinhos e, atualmente mais um Colégio foi contemplado. Assim são 6 pibidianos e 1  supervisor no Colégio Estadual Dois Vizinhos, 12 pibidianos e 2 supervisores no Colégio Estadual Leonardo da Vinci e 6 pibidianos e 1 supervisor no Colégio Estadual José Anchieta.
O PIBID tem como objetivo principal inserir o licenciando, futuro professor, desde cedo no campo de trabalho, atuando diretamente nas escolas de educação básica. O projeto é coordenado por dois professores do curso de Ciências Biológicas e conta com o auxílio fundamental dos supervisores (professores da rede estadual). Estes desenvolvem diversas atividades nas escolas, como: palestras, oficinas, projetos, aulas práticas, feiras do conhecimento, olimpíadas, atividades culturais entre outros.
Desde o início de março os novos pibidianos já estão trabalhando. Até o momento já organizaram o planejamento para 2014 e traçaram algumas metas das atividades juntamente com o apoio e auxílio dos supervisores e colaboradores nos respectivos colégios. Além disso, a equipe já organizou e executou a Olimpíada Brasileira de Biologia (OBB), recepção dos Acadêmicos de Ciências Biológicas( integrantes no primeiro semestre letivo de 2014 na UTFPR), finalização de projetos iniciados no ano de 2013, entre outros. Muitas novidades vêm por aí nos próximos 2 anos, período de vigência do projeto.

A equipe atual do PIBID Ciências Biológicas é a seguinte:

Professores Coordenadores: Everton Lozano e Michele Potrich
C.E. de Dois Vizinhos
                   C.E. José de Anchieta

Professor Supervisor:
Saionara Aparecida Andreatta
Professor Supervisor
Leide Daiane do Nascimento Mascarello
1.  Ana Cristina Algeri
1. Emellyn Grabriela Yoris
2. Elisandra Peretto
2. Fernanda Lúcia Moreira
3. Jheniffer Valmira Warmling
3. Alexandre Augusto Auache
4. Ana Flávia Marcelino
4. Claudinei de Freitas Vieira
5. Caroline Bonatto Nardin
 5. Vanessa Gioveli Piva
6. João Marcos Martinz Moreira
6. Caroline Aparecida Dias


C.E. Leonardo Da Vinci
Professores Supervisores:
Denise J. Fontana dos Santos e Elisângela Andréia Frassão Abati/ Ademar Vargas
1. Lucas José Pires de Oliveira Pontes
7. Rebeca Ribeiro Traça
2. Bruna Taísa Locatelli
8. Karine Zinn da Silva
3. Lucas Battisti
9. Fernanda Patrícia Scheninger
4. Renan Marek
10. Adrielly Buratto Machado
5. Ileanara Diniz Andrade
11. Daiane de Fátima Correa
6. Fernanda Aparecida Brocco Bertan
12. Viviane Wosniak Lemos


Figura 1: Pibidianos e Supervisora do Colégio Dois Vizinhos,
 Saionara Andreatta finalizando o Projeto de reutilização dos pneus.

Figura 2: Grupo PIBID prontos para a recepção dos 
Calouros 1/2014 de Ciências Biológicas.


 Figura 3: Pibidianos do Colégio Estadual José de Anchieta juntamente com o
Professor Colaborador do PIBID, 
Fernando Carlos de Sousa e a Professora de
 Ciências Josefina Vieira elaborando as Oficinas de Drogas e Sexualidade
.
Figura 4: Grupo de Pibidianos do Colégio Estadual Leonardo Da Vinci no 
dia da aplicação da prova da Olimpíada Brasileira de Biologia (OBB).


Postagem escrita por:  Everton Lozano, Fernanda L. Moreira, Micheli Potrich.

sexta-feira, 14 de março de 2014

PIBID na UTFPR aprova dois novos subprojetos


    O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) é uma iniciativa para o aperfeiçoamento e a valorização da formação de professores para a educação básica. O programa concede bolsas a alunos de licenciatura participantes de projetos de iniciação à docência desenvolvidos por Instituições de Educação Superior (IES) em parceria com escolas de educação básica da rede pública de ensino. Os projetos devem promover a inserção dos estudantes no contexto das escolas públicas desde o início da sua formação acadêmica para que desenvolvam atividades didático-pedagógicas sob orientação de um docente da licenciatura e de um professor da escola.
    No dia 14 de março de 2014  o PIBID na UTFPR terá dois novos  subprojetos e contará com equipamentos de vídeos. A entrega das câmeras filmadoras, gravadores digitais e projetores multimídia  aos coordenadores do PIBID aconteceu  na quinta-feira (13), o objetivo é utilizar os equipamentos na produção de vídeos educacionais, análise e registro de atividades nas escolas, e análise, desenvolvimento e registro de atividades pedagógicas, além de suporte nas atividades nas escolas públicas parceiras do PIBID.
    Os dois novos subprojetos, que passarão a ser efetivados a partir de 14 de março, são o de Licenciatura em Química, do Câmpus Medianeira, e o Interdisciplinar, envolvendo as licenciaturas em Física, Matemática e Letras do Câmpus Curitiba.
    O PIBID na UTFPR, passa a ter, este ano, 18 subprojetos em 10 câmpus, um coordenador institucional,quatro coordenadores de gestão, 35 coordenadores de área, 71 supervisores e 433 bolsistas de iniciação à docência.  A verba prevista pelo Ministério da Educação (MEC) para 2014 é de R$ 3.712.380 em bolsas e despesas de custeio.




Fonte: http://www.utfpr.edu.br/estrutura-universitaria/diretorias-gestao/dircom/noticias/noticias/pibid-na-utfpr-tera-dois-subprojetos-novos-e-equipamentos-para-producao-de-videos-educacionais

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Livro Prática de Ensino de Biologia - Myriam Krasilchik 4º Edição

Com o objetivo de formar e aperfeiçoar docentes de biologia docentes de Biologia e ciências, Myriam Krasilchik nos oferece esta obra que, além de ser um instrumento de consulta, serve de guia para atividades práticas e orientação do trabalho em classe O volume engloba informações de recentes pesquisas em literatura educacional e também de modificações curriculares e legislativas oriundas de instâncias normativas de educação nacional.






Referencias: KRASILCHIK, Myriam. Pratica de ensino de biologia. 4. ed. S?o Paulo, SP: EDUSP, 2008. 197 p. ISBN 9788531407772.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

A História do Mundo em Duas Horas


Neste especial, será contatdo 14 milhões de anos de história, através de uma viagem rápida de 120 minutos, desde o início dos tempos até a atualidade, fazendo escalas para explorar os pontos mais marcantes, os momentos históricos e as conexões extraordinárias entre o passado distante e nossa vida cotidiana.

Esta é uma nova forma de ver a história do universo, do planeta Terra e da humanidade: o surgimento da vida, os avanços do homem e o crescimento da civilização.




terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

I Festival de Cinema da UTFPR e I Mostra de Curtas

         Entre os dias 28 e 29 de Janeiro aconteceu na UTFPR Campus Dois Vizinhos o I Festival de Cinema da UTFPR e I Mostra de Curtas, um evento que proporcionou aos alunos da universidade mostrar sua criatividade e talento na filmagem e produção de curtas metragens.
            O tema era ‘Ciência’, e deveria ter a duração média de 10 a 90 segundos, podendo ser realizado em grupos, desde que abordassem o tema exigido.
            Durante o evento, foram instalados em pontos estratégicos da universidade stands onde durante o dia todo foi passado varias sequencias de curtas e longas metragens incluindo também documentários, ficando assim disponíveis para que toda a comunidade acadêmica pudesse participar assistindo tais produções como: Homens de Pedra, O Corpo Humano, A História do Mundo em Duas Horas, Uma Verdade Inconveniente entre outros. Essa estratégia de passar as curtas e longas em diferentes locais auxiliou em um maior impacto na audiência e também na divulgação do evento, atraindo assim vários alunos e fazendo com que estes se sentissem entusiasmados pelo evento.

            Ao final do evento, as duas melhores produções de curtas foram premiadas através da aclamação do publico. O segundo colocado recebeu uma câmera fotográfica de 10 MP e primeiro colocado recebeu uma câmera fotográfica de 12 MP.

Para ter acesso a todos os curtas inclusive os premiados acesse:https://www.facebook.com/pages/I-Festival-de-Cinema-I-Mostra-de-Curtas/320044114800054

sábado, 11 de janeiro de 2014

A memória da água


Molécula de água de um rio poluído.
Molécula de água no momento de seu “nascimento” ou seja,
na saída da nascente.














    Segundo Masaru Emoto, a água possui uma memória. Este pesquisador japonês descobriu isso após vários anos de investigação para tornar visível a estrutura da água. Suas espetaculares fotografias mostram como a água muda conforme seu ambiente. Parece que tudo causa um efeito nela: não apenas as substâncias químicas ou outros poluentes, mas também o som, as palavras e até pensamentos.
        A água possui a característica natural de formar aglomerados ou se juntar em grupos de átomos. Isso acontece, por exemplo, quando estimulada eletricamente, magneticamente, por raio laser, entre outras formas.Emoto foi além e literalmente demonstrou que a água reage e pode ser influenciada pelo ambiente. Ele congelou a água a -5ºC, temperatura baixa o bastante para formar cristais de gelo, que puderam ser fotografados com o uso de um microscópio capaz de ampliar de 200 a 500 vezes o tamanho dos objetos. 
         No entanto, a água, contida em cristais de neve das regiões polares apresentou cristais muito puros. Segundo Emoto, a água age como um tipo de fita-cassete líquida que registra e, depois, reflete seu ambiente. Por exemplo, água congelada de grutas naturais assume padrões parecidos com cavernas. O cristal da água da fonte de Lourdes se parece com um rosário. Água de áreas onde são extraídos diamantes apresenta estruturas de diamante quando cristalizada. A água de uma região do Japão onde são feitos bordados finos reflete a estrutura de um bordado fino.
Fonte Lourdes -França.



Pastorais de Bethoven e Bah.


Gelo Antártico.














     Emoto fez depois uma descoberta espetacular: a água não só "assimila" seu ambiente como também é sensível a sons. Parece que a água "escuta". Emoto tocou vários tipos de música erudita e popular para amostras de água:
Dança folclórica Kawashi.
     Após ter visto como a água reagia às circunstâncias ambientais, poluição e música, o sr. Emoto e seus colegas decidiram observar como os pensamentos e as palavras afetavam a formação de águas destiladas não tratadas e águas puras, usando palavras datilografadas em papel por um processador de texto e coladas nos frascos de vidro durante a noite. O mesmo procedimento foi executado usando os nomes de pessoas falecidas. As águas foram então congeladas e fotografadas:
Você me faz mal. Eu vou matar você.
Água destilada não tratada.
          
                            Madre Tereza.                    

 
Amor e dedicação.

Obrigado.








Hitler.


     Até agora, os cientistas não eram capazes de esclarecer por que uma substância funciona quando não há uma única molécula dessa substância na solução. Mas quando você vê a água como uma fita-cassete líquida, essa substância não precisa estar presente, pois o "registro" é é suficiente para ter efeito. 





Mais informações em:
 http://www.lucema.com.br/index.php/noticias/47-o-poder-invisivel-da-agua.html?showall=1 

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Plantas muito primitivas



Os fetos originaram as primeiras florestas
Os fetos são, hoje, seres quase insignificantes num mundo dominado pelas plantas com flor. O biólogo Jorge Nunes revela as singularidades destas plantas antiquíssimas, que assistiram ao aparecimento e à extinção dos dinossauros e ainda perduram. Portugal acolhe algumas espécies muito raras, únicas em toda a Europa.
Quando, há vinte séculos, os romanos esventraram, com as suas explorações mineiras a céu aberto, as serras de Santa Justa e de Pias, nos arredores da cidade de Valongo, à cata de recursos minerais, como o antimónio e o ouro, jamais imaginariam que estavam a contribuir para a criação de peculiares refúgios da natureza.
As antigas minas romanas, cavidades estreitas e fundas que correspondem ao desmonte dos filões auríferos, localmente conhecidas por “fojos” ou “barrocas”, não são apenas interessantes vestígios arqueológicos, mas constituem também verdadeiros oásis onde diversas espécies raras, há muito desaparecidas da paisagem envolvente, encontraram condições únicas para a sua sobrevivência.
Entre as preciosidades botânicas, encontra-se o feto-de-cabelinho (Culcita macrocarpa), com frondes (denominação científica para as “folhas” dos fetos) que podem alcançar dois metros de comprimento. É considerado um endemismo ibero-macaronésio, encontrando-se confinado a algumas localizações pontuais nos Açores, na Madeira e nas Canárias e em muito poucas localidades da península Ibérica. Em Portugal continental, tem a sua distribuição limitada a populações residuais nos fojos da serra de Pias (conhecem-se quatro populações, com um efetivo total estimado em 300 indivíduos), pelo que é considerado uma espécie “muito rara”.
Porém, este feto, naturalizado em solo português, nem sempre esteve confinado aos fojos. Pouco depois de ter sido colhido pela primeira vez, em maio de 1940, ocupava cerca de 2000 metros quadrados na vertente nordeste da serra. Foi tão abundante que, em tempos passados, chegou a ser vendido pelas floristas do Porto, como planta ornamental.
As referências bibliográficas indicam, no entanto, uma clara redução da sua área de distribuição e apontam os incêndios que têm assolado a região durante décadas como a principal causa de regressão. Além do fogo, tido como o agente mais destrutivo, os botânicos apontam também o dedo à plantação intensiva de eucalipto, que terá contribuído significativamente para a degradação do habitat.
Um outro feto, que se acouta nas desusadas cavidades mineiras, é o Trichomanes speciosum. Trata-se de uma planta de modestas dimensões, com frondes que não vão além dos 30 centímetros de comprimento. A sua distribuição no nosso país circunscreve-se a apenas dois fojos da serra de Santa Justa, sendo por isso considerado com estatuto de conservação de “ameaçado”. Em 1996, botânicos da Faculdade de Ciências do Porto encontraram somente vinte tufos da espécie, com apenas algumas dezenas de indivíduos cada um.
Segundo João Honrado, investigador da Universidade do Porto, estas são “duas relíquias florísticas, uma vez que se pensa que terão sido frequentes em Portugal continental nos períodos mais quentes e húmidos do Holoceno, em que dominavam na paisagem bosques semelhantes às laurissilvas atualmente observáveis nas ilhas da Macaronésia”.
No entanto, há mais. Em 1939, o botânico Resende Pinto encontrou, num dos fojos, exemplares naturalizados de Dicksonia antarctica, que existe em estado selvagem apenas na Austrália e na Tasmânia. Embora Valongo seja o único local do país onde esta espécie se encontra naturalizada, o seu surgimento naquele sítio continua a ser um autêntico mistério.
A beleza e a pujança deste imponente feto arbóreo, que pode atingir uns notáveis quatro metros de altura e apresentar um tronco com quase meio metro de diâmetro, podem ser apreciadas em vários jardins do país, nomeadamente no vale dos Fetos, localizado no interior da magnífica Mata Nacional do Buçaco, ou numa das feteiras existentes nos parques da Pena ou de Monserrate, em Sintra.
O que têm, afinal, as velhinhas minas de tão especial? A resposta é simples: devido à sua arquitetura, além de serem abrigo seguro para fugir ao fogo assassino, apresentam humidade elevada e temperatura moderada ao longo de todo o ano. Ou seja, constituem um habitat que oferece condições ambientais peculiares, muito apreciadas pelos fetos. Isto explica por que espécies raras, consideradas extintas noutras paragens onde provavelmente terão existido, conseguiram aí sobreviver até aos nossos dias.
Curiosamente, não foram apenas os fetos que encontraram nos recantos sombrios e húmidos dos fojos abrigo seguro: muitos animais também fizeram deles a sua casa. Uma das espécies mais emblemáticas é a salamandra-lusitânica, endémica da península Ibérica, que tem nestas paragens uma das mais importantes populações portuguesas, com elevado número de indivíduos e locais de reprodução.
Devido à herança cavernícola dos romanos, que perdeu a sua importância metalúrgica mas ganhou um inestimável valor ecológico, este pequeno paraíso acabou incluído na Rede Natura 2000, fazendo parte da Lista de Sítios de Importância Comunitária. No entanto, apesar de classificado, continua sob enormes ameaças, resultantes da elevadíssima pressão urbanística, da artificialização dos povoamentos florestais, da invasão por espécies exóticas e dos incêndios florestais. Ninguém sabe, por isso, até quando as vetustas minas romanas continuarão a ser um refúgio seguro para a fauna e a flora.
Preciosidades portuguesas
Gonçalo Sampaio e António Machado fizeram, em 1915, talvez uma das mais importantes descobertas relativas aos fetos de Valongo, quando encontraram, nas margens do rio Ferreira, o pinheirinho (Lycopodiella cernua). Trata-se de um feto com um aspeto bastante diferente do habitual, com numerosos ramos que podem atingir 40 cm de comprimento, revestidos de pequenas folhas, e que terminam numas dilatações amareladas pendentes, os estróbilos, que lhe conferem o aspeto de um pequeno pinheiro, a que alude o nome comum.
É uma espécie com distribuição predominantemente tropical, sendo Valongo o único local conhecido de ocorrência desta espécie em toda a Europa. Contudo, parece estar confinada a um talude com uma extensão não superior a 200 metros. Além disso, o local encontra-se fortemente intervencionado, tendo implantada nos terrenos envolventes uma exploração de eucaliptos que impede a instalação da vegetação natural e põe em risco a viabilidade daquela população.
Ainda na região de Valongo, já ocorreu (de momento, a presença da espécie não está confirmada) um parente próximo: o licopódio-dos-brejos (L. inundata). É também uma planta perene, de caules estolhosos prostrados, completamente revestidos de folhas e que emitem ramos férteis até 20 cm de comprimento, geralmente de março a setembro. Surge em sítios inundados, como as margens de turfeiras, em solos higroturfosos (com formações herbáceas de baixa cobertura e pobres em musgos) e arenosos. Conhecem-se localizações nos concelhos de Braga, Viana do Castelo e Vila Real, e ainda em várias ilhas dos Açores.
Todavia, estes são apenas mais dois exemplos de fetos que vivem à beira do abismo. Ao folhear o antiguinho atlas de distribuição das pteridófitas em Portugal, da autoria de João Franco e de Maria da Luz Afonso, publicado em 1982, facilmente podemos constatar que, já nessa altura (há 30 anos), existiam 15 espécies muito raras ou em vias de extinção, num total de 70 conhecidas no nosso país. Segundo aqueles autores, para além das espécies raras ou em perigo de extinção existentes nas serras de Valongo, outras deveriam merecer proteção especial, como o licopódio-da-estrela (L. clavatum) e o feto-de-folha-de-hera (Asplenium hemionitis).
O licopódio-da-estrela, como o nome indica, é uma planta exclusiva da serra da Estrela, onde surge apenas em alguns locais mais abrigados de prados húmidos (com solos ácidos), localizados por volta dos 1650 m de altitude.
O feto-de-folha-de-hera encontra-se exclusivamente nas regiões de Sintra e Mafra (e nos arquipélagos dos Açores e da Madeira), onde surge em sítios húmidos e sombrios, nas fendas de muros e nas paredes musgosas de tanques e poços. Não é difícil de distinguir, basta atentar no seu nome vulgar: folhas similares às da hera, embora maiores (10 a 35 cm de comprimento); é uma planta vivaz, de rizoma (caule subterrâneo, de onde partem as folhas) curto.
A obra de João Franco e Maria Afonso evidenciava ainda o língua-de-cobra (Ophioglossum azoricum), o avencão-peludo (Asplenium petrarchae), o feto-macho-das-altas-montanhas (Dryopteris oreades) e mais algumas espécies que, pela sua raridade, nunca foram batizadas com nomes comuns: Cheilanthes guanchica, Cryptogramma crispa, Asplenium septentrionale, Dryopteris expansa, Dryopteris guanchica, Pilularia minuta Pilularia globulifera (infestante dos arrozais).
Ainda merece destaque especial o feto-do-botão ou feto-vaqueiro (Woodwardia radicans). É um feto gigante, que pode ter frondes com três metros de comprimento e atingir dois a três metros de altura. Surge em locais húmidos e sombrios no interior das matas caducifólias. Esta espécie, também considerada uma relíquia do Holoceno, tem uma distribuição subtropical mediterrânico-atlântica. Em Portugal continental, ocorrem cerca de 2500 indivíduos, distribuídos por seis populações, localizando-se as mais importantes na serra do Gerês (surge também nos arquipélagos dos Açores e da Madeira). Ocorre geralmente em locais húmidos e abrigados de matas caducifólias e bosques ribeirinhos, abaixo dos 700 metros de altitude. Também pode ser observado na serra de Sintra, nos parques da Pena e de Monserrate, onde foi introduzido.
O Relatório Nacional de Implementação da Diretiva Habitats, divulgado pelo ICNB em 2008, inclui ainda como espécies prioritárias, na flora das regiões atlântica e mediterrânica, aMarsilea batardae e a M. quadrifolia, e, na flora da região macaronésica (Açores e Madeira), a Diphasiastrum madeirense, a Huperzia suberecta, a Hymenophyllum maderensis, aIsoetes azorica, a Marsilea azoricae e a Polystichium drepanum.
Interessa destacar que a Marsilea batardae é um endemismo ibérico, que restringe a sua ocorrência às zonas abrangidas pela bacia do rio Guadiana. Ocorre em zonas sujeitas a inundações periódicas, adjacentes a rios e em charcos temporários, geralmente em leitos argilosos, não inundados, sobre cascalho. Já a M. quadrifolia, conhecida como “trevo-de-quatro-folhas”, é um feto semiaquático que se assemelha a um trevo, apresentando folhas compostas por quatro folíolos. Habita locais inundados, como margens de rios ou reen­trâncias fluviais onde a velocidade da água é moderada. O único núcleo conhecido em solo lusitano está localizado nas margens do rio Douro, mais precisamente na praia fluvial da cidade da Régua. Nos últimos anos, tem-se assistido a uma diminuição acentuada e constante do número de indivíduos, devido sobretudo a alterações das margens fluviais e a competição com espécies exóticas invasoras, entre outras.
Retrato de família
Olhar para um feto não é propriamente uma epifania visual. À primeira vista, parecem plantas insignificantes e monótonas, sem cores brilhantes que nos empolguem os olhos, mas vale a pena observá-los com mais atenção, pois atrás do verde melancólico escondem-se fascinantes particularidades biológicas, algumas com milhões de anos.
Os fetos fazem parte de um grupo botânico conhecido como “pteridófitas”. Não produzem flores, frutos ou sementes, sendo consideradas as plantas vasculares mais antigas. Isto porque possuem tecidos condutores especializados, como o xilema, onde circulam a água e os sais minerais captados do solo, e o floema, que transporta as substâncias orgânicas produzidas nos órgãos fotossintéticos.
As pteridófitas somam, hoje em dia, cerca de doze mil espécies e existem desde há aproximadamente 360 milhões de anos. Embora sejam muito antigas, se toda a história da Terra fosse comprimida numa única hora, teriam surgido somente nos últimos cinco minutos, mais ou menos quando os anfíbios começaram a aventurar-se livremente fora de água.
Tradicionalmente, os fetos eram incluídos na classe das filicíneas (foi assim que muitos de nós os estudámos nos bancos da escola). Porém, classificações mais recentes, baseadas em sistemática molecular, fizeram uma reorganização das pteridófitas e incluíram-nos na classe das Pteridopsida. Nesta nova arrumação, as cavalinhas formam a classe dasEquisetopsida, enquanto outras plantas parecidas com os fetos, como a língua-de-cobra (Ophioglossum azoricum) existente nos Açores, fazem parte das Psilotopsida. No nosso país, encontram-se espécies pertencentes a três das quatro classes que formam atualmente as pteridófitas.
As Pteridopsida, também chamadas “fetos verdadeiros”, compreendem cerca de 9000 espécies, constituindo o maior grupo das pteridófitas. Colonizam uma grande diversidade de ambientes. Embora a maior parte cresça no solo, preferindo habitats húmidos e sombrios, também há espécies epífitas, que crescem agarradas a caules ou folhas de outras plantas.
Morfologicamente, os fetos são bastante polimórficos, pois podem ser gigantescos, atingindo vários metros de altura, ou medir apenas alguns centímetros. As espécies mais comuns têm um caule geralmente rizomatoso, que cresce quase completamente enterrado no solo, com uma extremidade ascendente acima da terra rodeada por uma espiral de folhas. As raízes crescem habitualmente na zona de junção da base das folhas, na superfície inferior dos rizomas. Quanto às folhas, as frondes, são normalmente verdes, ficando castanhas à medida que envelhecem. Quando jovens, são, em muitas espécies, circinadas, ou seja, enroladas em forma de báculo. A maioria das frondes é composta, ou seja, a lâmina foliar está dividida em folíolos ou pínulas.
Do ponto de vista económico, os fetos não possuem grande importância. No entanto, algumas espécies são cultivadas como plantas ornamentais; outras, assemelhando-se a espargos, são utilizadas para fins culinários. Os rizomas de alguns Dryopteris são utilizados para fins medicinais e as raízes de algumas espécies de Osmunda são usadas como substrato para o cultivo de orquídeas e de outras epífitas ornamentais.
A classe Equisetopsida é formada exclusivamente pelas cavalinhas, pertencentes ao género Equisetum, que significa literalmente “cauda de cavalo”. Estas plantas bastante primitivas (o registo fóssil mostra que já existiam no Devónico, há mais de 360 milhões de anos) também são conhecidas por “rabo-de-asno”, “rabo-de-touro”, “cauda-de-raposa” ou “milho-de-cobra”. “Lixa-vegetal” é outra denominação curiosa, que fica a dever-se aos consideráveis depósitos de sílica acumulados na epiderme do caule, e que as torna um excelente material para limpar metais, propriedade já conhecida desde a antiguidade.
As folhas são pequenas (micrófilos) e encontram-se agrupadas em verticilos: partem dos nódulos, onde estão todas fundidas na base, formando um colar. Apesar de serem verdes ao nascerem, vão descorando, sendo o processo fotossintético assegurado, sobretudo, pelos caules.
Estas plantas possuem longos rizomas, donde partem os caules aéreos, que podem atingir um metro de altura. Os órgãos reprodutores agrupam-se para formar um cone apical designado por “estróbilo”, com 2 a 4 centímetros, onde são produzidos os esporos. Dada a facilidade de propagação e a sua persistência no solo, podem tornar-se daninhas nos campos agrícolas mais húmidos.
Possuem inúmeras aplicações terapêuticas. Entre as mais conhecidas, encontram-se as diuréticas e adstringentes. Segundo as ervanárias, auxiliam no tratamento da gonorreia, das diarreias e das infeções de rins e bexiga, estimulam a consolidação de fraturas ósseas e a cicatrização e aumentam a elasticidade da pele, entre muitas outras utilizações. Convém referir que doses excessivas podem causar disfunções renais e cardíacas, pelo que o seu uso deve ser feito com moderação.
Entre os representantes da classe Psilotopsida, interessam-nos principalmente as espécies pertencentes ao género Ophioglossum, que significa literalmente “língua de serpente”, uma vez que são as únicas que ocorrem em território português. Uma das curiosidades associada a este grupo sistemático é que tem o maior número de cromossomas de entre todas as plantas conhecidas:  o O. reticulatum possui 1260.
As primeiras florestas
Durante mais de 4000 milhões de anos, a vida esteve confinada à água e a superfície terrestre manteve-se estéril. As primeiras plantas a colonizar a terra foram singelas criaturas não vasculares, as briófitas (musgos e hepáticas). O seu surgimento à face da Terra trouxe outra vivacidade a um mundo pintado de cinzento e abriu as portas para que os animais também se aventurassem na conquista dos continentes.
As briófitas tinham uma enorme limitação, que impediu a sua expansão muito para além das margens dos ambientes aquáticos, húmidos e sombrios: eram altamente dependentes da água. Além de necessitarem dela para a sua reprodução e de não possuírem tecidos condutores, também não tinham verdadeiras raízes. Em vez delas, possuíam apenas rizoides que as fixavam tenuemente ao substrato, mas não desempenhavam grande atividade na absorção de água e substâncias minerais. Assim, formavam apenas extensos tapetes verdes, que não iam além de um palmo de altura.
As pteridófitas eram muito mais evoluídas. Por isso, quando surgiram, foi sem grande surpresa que começaram a competir e a ganhar terreno às pequenas e frágeis briófitas. Afinal, a seleção natural dera-lhes algumas vantagens competitivas, como um sistema vascular e verdadeiras raízes, que permitiam uma melhor fixação e captação de água subterrânea (a única disponível em locais mais áridos). Assim, estavam prontas para a aventura: ocupar os lugares mais secos, longe dos rios, lagos e pântanos, onde o tom verde nunca tinha chegado anteriormente.
As adaptações a ambientes secos ainda hoje são evidentes em algumas espécies que, além de ostentarem longas raízes, possuem folhas resistentes, cerosas ou com escamas sobrepostas. Uma das mais bem-sucedidas tem sido o feto-ordinário (Pteridium aquilinum), que ocorre em muitas partes do mundo com diversas variedades. Em Portugal, surge por todo o lado, sendo uma planta invasora das pastagens e dos campos agrícolas abandonados, onde não é fácil de controlar e erradicar.
A competição no reino vegetal ensinou aos fetos uma outra lição: se uma planta não atinge determinada altura, arrisca-se a ser obscurecida pelas que a rodeiam, acabando por, na ausência de luz, morrer. Assim, mal criaram raí­zes firmes, expandiram-se velozmente, e não só na horizontal. Como estavam dotadas de vasos lenhosos reforçados na parte interna do caule, para transporte de água absorvida pelas raízes, puderam aventurar-se também em direção ao céu.
A maior rigidez dos seus tecidos possibilitou o crescimento até alturas consideráveis. A competição pela luminosidade levou as pteridófitas, que abundavam nos pântanos do Carbonífero (entre 359 e 245 milhões anos atrás, aproximadamente), também conhecido por “período dos fetos”, a atingirem mais de 30 metros de altura e a desenvolverem troncos lenhosos, com dois metros de diâmetro. As primeiras florestas não tardariam a surgir.
Como facilmente se compreende, o aparecimento do estrato arbóreo, e dos novos nichos ecológicos a ele associados, veio contribuir para grandes modificações na vida dos animais e das plantas, que assim tiveram de se adaptar aos novos desafios. Os bosques primitivos, onde os fetos atingiram porte de árvores, tornaram-se o lar de animais muito estranhos, dignos de filmes de terror. Passea­vam-se pelo chão escorpiões e centopeias com mais de dois metros de comprimento (aproximadamente o tamanho de um cavalo), sobrevoados por libélulas gigantes, com cerca de 75 centímetros de envergadura (semelhante à de um pombo em voo). Os anfíbios eram, por essa altura, os maiores predadores à superfície da Terra, tendo atingido dimensões gigantescas, com vários metros de comprimento. Os franzinos répteis iam conquistando terreno e tamanho, de modo a tornarem-se os “reis” do Mesozoico, período de tempo geológico subsequente que ficou conhecido como “era dos dinossauros”.
Os fetos arbóreos ainda podem ser observados nas florestas tropicais, porém, com dimensões bem mais modestas: apenas 18 metros de altura, embora com folhas que podem ultrapassar os quatro metros de comprimento. A maior evidência do que foram os luxuriantes e densos bosques do Carbonífero, localizados principalmente nas regiões pantanosas, não está à vista. Encontra-se bem escondida no subsolo, sob a forma de restos vegetais fossilizados. É o carvão mineral, a matéria que esteve na base da Revolução Industrial e ainda hoje continua a ser utilizada como combustível fóssil. Por incrível que pareça, mesmo sem nos darmos conta, após milhões de anos, ainda continuamos a usufruir das magníficas florestas que os fetos ajudaram a edificar.
Sexo aquático
Alguns fetos conseguem propagar-se vegetativamente (assexuadamente) por meio de rizomas ou bolbilhos produzidos nas folhas, mas a propagação faz-se, em geral, por meio de esporos formados nos esporângios. Na maior parte das espécies, estes são bem visíveis durante a época de reprodução (de coloração amarela, alaranjada, castanha ou cinzenta, distinguem-se bem do verde da planta), mas é preciso virar a página para os encontrar: estão situados na face inferior das folhas (podendo também surgir nas axilas ou nos vértices). Noutras, surgem em folhas férteis distintas das restantes, como acontece com o feto-real (Osmunda regalis), que possui folhas externas estéreis e internas com parte terminal fértil de cor vermelho-acastanhado, pelo que também é conhecido por “feto-florido”. Distribui-se por quase todo o país, em zonas húmidas (preferencialmente acidófilas): margens dos cursos de água, fendas de rochas e bosques de caducifólias.
É bastante frequente os esporângios surgirem agrupados, constituindo os soros, que se situam geralmente sobre uma nervura que lhes fornece alimento. Em algumas pteridófitas, como no polipódio-vulgar (Polypodium vulgare), os soros não estão protegidos, mas na maioria dos fetos têm uma cobertura que se designa “indúsio”, em forma de rim, de escudo, de vesícula ou linear.
Embora os soros sejam bem visíveis a olho nu, os esporângios (e os esporos) só se lobrigam ao microscópio. No polipódio-vulgar, são pedunculados, revestidos por uma camada especial de células com espessamentos, que funciona como mola, e está associada à dispersão dos esporos: são lançados de forma tão violenta, num movimento semelhante ao de uma catapulta, que nem conseguem ser detetados pelo olho humano.
O número de esporos libertados por cada esporângio varia de espécie para espécie, podendo ultrapassar os 15 mil, como acontece com o língua-de-cobra-maior (Ophioglossum vulgatum). Se somarmos todos os esporângios de um único exemplar, constata-se que pode produzir mais de 50 milhões. No entanto, parece justificar-se tão descomunal produção, pois a maioria dos esporos, dispersados pelo vento ou pela chuva, acabará por perder-se. Apenas poderão germinar aqueles que tiverem a sorte de aterrar num pedaço de solo com as condições adequadas, originando um pequeno protalo verde, em forma de coração. Como veremos já de seguida, a forma do protalo fotossintético parece ser premonitória, uma vez que nele ocorrerá um acontecimento maravilhoso, que muitas pessoas associam apenas ao reino animal: a fecundação (sim, leu bem: fecundação!).
Na superfície inferior do protalo, surgem pequenos rizoides, que o abastecem de água e nutrientes. Na mesma zona, desenvolver-se-ão órgãos reprodutores femininos (arquegónios) e masculinos (anterídios), que irão participar na reprodução sexuada. Os femininos originarão a oosfera (gâmeta fêmea) e os masculinos produzirão anterozoides (gâmetas machos), semelhantes a espermatozoides com cílios ou flagelos que lhes permitem deslocar-se. Os nomes podem parecer complicados, mas é tudo muito natural: os anterozoides nadam até à oosfera, fecundando-a.
Como os anterozoides só podem chegar aos arquegónios nadando, a fecundação só se verifica quando o protalo está coberto de água: após uma chuvada ou uma noite de orvalho. Nessa altura, os anterídios abrem-se, libertando o seu esperma pálido repleto de anterozoides. Simultaneamente, os arquegónios soltam uma substância química que os atrai até junto da oosfera.
O ovo ou zigoto, resultante da união dos dois gâmetas, começará a desenvolver-se sobre o protalo onde aconteceu a estranha relação sexual, originando um feto com vida independente. As folhas nascem enroladas e vão-se desenrolando à medida que crescem. Dizem os especialistas que isto lhes permite resistir às asperezas do solo e à dessecação. Quando atingir a maturidade, a planta irá também desenvolver esporângios e produzir esporos, que darão continuidade ao ciclo.
Baú de memórias
Os fósseis são uma janela para o passado, que nos ajuda a compreender melhor o presente. Nos terrenos carboníferos das serranias de Valongo, onde durante décadas se explorou carvão (minas de São Pedro da Cova, Gondomar), é possível encontrar belos exemplares de vegetais fossilizados que comprovam a importância das pteridófitas nas florestas primitivas e a sua existência naquelas paragens desde tempos imemoriais.
As memórias paleobotânicas guardadas nas rochas xistosas, que datam de há aproximadamente 300 milhões de anos, têm sido de grande utilidade para os paleontólogos. Através da sua análise, foi possível reconstituir o ambiente que existiria no local durante o Carbonífero: era uma bacia sedimentar continental, nas margens da qual se desenvolveu uma flora luxuriante, certamente impulsionada pelo clima quente e húmido da época (convém recordar que a península Ibérica se encontrava então sobre o equador). É conhecida por Bacia Carbonífera do Douro ou Sulco Carbonífero Dúrico-Beirão, e estendia-se por cerca de 85 quilómetros, desde as imediações da Apúlia (Norte do Porto) até Castro de Aire, no distrito de Viseu.
Nas jazidas fossilíferas da Bacia Carbonífera, têm sido descobertos elementos megaflorísticos muito curiosos. Investigadores do Centro de Geologia do Porto identificaram, recentemente, novas espécies de pteridófitas fósseis: Lepidostrobophyllum hastatum, Alloiopteris pecopteroides, Mixoneura subcrenulata, Pecopteris puertollanensis, Litostrobus iowensis, Asterophyllites longifolius Desmopteris sp. Além destas, existem outras bastante mais comuns, como por exemplo, as Calamites, que eram as parentes extintas das atuais cavalinhas. Embora sejam muito idênticas do ponto de vista morfológico, distinguem-se sobretudo pela enorme diferença de tamanho: as espécies contemporâneas são apenas ervas, enquanto as pré-históricas atingiam porte arbóreo e cresciam até aos 30 metros de altura.
Entre a flora fóssil mais abundante, encontram-se os exemplares do género Pecopteris, fetos arbóreos que possuíam folhas com nervuras principais bem vincadas e secundárias ramificadas dicotomicamente. Ao vê-los moldados nas rochas, saltam à vista as parecenças com algumas espécies contemporâneas, que parecem ter evoluído muito pouco desde há milhões de anos. Se colhêssemos nas redondezas um pedaço de feto-ordinário e fizéssemos com ele um molde em plasticina, iríamos ficar espantados com as semelhanças existentes entre ambos.
Alguns fetos parecem ter parado no tempo. Em determinados aspetos, como a morfologia e o modo de reprodução (existência de anterozoides móveis e a dependência da água para a fecundação), as espécies atuais preservam ainda muitas características primitivas, que lhes conferem singularidades biológicas que continuam a fascinar-nos. Depois desta leitura, não voltará a olhar para um feto com os mesmos olhos, certo?